A agricultura convencional especialmente com a revolução verde, conseguiu ótimos resultados em termos de aumento da produção total e da produtividade agrícola.O fantasma Malthusiano da fome(Malthus,1996), baseado no fato de que a população cresce em progressão geométrica enquanto que a produção de alimentos cresce em progressão aritmética, há muito tempo foi esquecido, negado, tido como falso, visto que com as novas tecnologias a produção de alimentos também poderia crescer em progressão geométrica.No entanto a fome não acabou e o aumento da produção agrícola trouxe muitos efeitos negativos devastadores para o meio ambiente. A utilização maciça de Agrotóxicos, fertilizantes químicos, irrigação artificial, criaram problemas novos de grande gravidade.A cultura do algodão convencional em termos gerais, utiliza muitos Agrotóxicos, é plantada em monocultura, e em muito tem contribuído para a degradação do meio-ambiente.Os Agrotóxicos utilizados na produção do algodão convencional poluem o ar, as águas superficiais e subterrâneas por percolação, o solo; envenenam os agricultores e até os consumidores que utilizam derivados do algodão.É neste sentido que a agricultura orgânica representa um novo paradigma de desenvolvimento agrícola em que a natureza, o meio-ambiente não é mais agredido, o solo é recuperado, e a saúde dos agricultores e dos consumidores é preservada.Dentro deste contexto, o Algodão Orgânico(AO), aparece como uma cultura alternativa, que procura ser ambientalmente sustentável, que minimiza qualquer efeito negativo sobre a natureza.Este algodão ganha mercado a medida que os consumidores se tornam mais conscientes dos limites do meio ambiente em suportar o processo de desenvolvimento das sociedades humanas com todas suas externalidades negativas como a poluição, o lixo, a contaminação dos alimentos e matérias-primas, a depleção da biodiversidade e dos recursos naturais. Neste livro foi mostrado as características e problemas que a produção do algodão convencional trazem para o Homem e o meio-ambiente, em contraposição aos efeitos benéficos da produção do algodão orgânico(AO).Apesar das qualidades e vantagens do AO, a agricultura orgânica ainda não conseguiu encontrar uma maneira satisfatória de convivência com o Bicudo – apesar de utilizar muitas técnicas – um inseto-praga que tem trazido muitos prejuízos a produção de algodão no Estado.No presente trabalho se analisou a produção do AO feita por agricultores familiares no município de Tauá-CE, sob um ponto de vista ambiental, econômico e social, ou seja sob a ótica do desenvolvimento sustentável.Para tanto foi criado neste estudo, um índice de desenvolvimento sustentável(IDS), que é a média aritmética de três indicadores também criados aqui, ou seja um indicador de desenvolvimento ambiental, um indicador econômico, e um indicador social.O indicador ambiental foi considerado como tendo um alto desempenho, enquanto os indicadores econômico e social, tiveram baixo desempenho; apesar deste resultado o IDS, foi classificado como tendo um médio nível de desenvolvimento. Este estudo acabou mostrando os pontos fortes e fracos desta atividade agrícola orgânica, e consequentemente aonde os ajustes devem ser feitos para que esta atividade consiga alcançar verdadeiramente um desenvolvimento sustentável.